quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Guerra da Paz


Guarde suas armas.
Não tenho vocação para capturar tiros de insegurança e lágrimas de insatisfação.
Aprendi a violar as leis do peito com palavras.
Carrego todas as certezas no bolso.
Faço tiroteio com verbos, atiro forte na solidão.
Planejo assaltos.
Roubo corações.
E raramente me arrependo.
Sou refém de mim.
Não aprendi a rastejar diante de qualquer ilusão.
Minha guerra é doce.
Meu exército é de açúcar.
Sou sequestradora de doçuras.
Lanço mísseis revestidos de risos.
Nenhuma dor me prende.
A cumplicidade com o acaso me liberta.
Meus passos embora firmes tem o peso do algodão, meus olhos são informantes do amor.
Esses mesmos olhos refletidos no espelho não me reconhecem.
Perderam a arrogância dos que sabem tudo.
No rosto - marcas de suavidade, tranquilidade de quem sabe o que é e se aceita.
Perdi a guerra para discussões desnecessárias - aprendi a cantar.
O tempo me ensinou que ele pode ser amigo, pode ser lento e me encontrar a sua espera, com pés descalços e flor no cabelo.

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